Nas
carícias do sol sinto o momento e perco-me nesse sentir. Consigo perceber as
flores que abrem as sua pétalas para receber os mesmos raios, que tão bem me
fazem sentir, ou a cobra que sai do seu esconderijo para receber este calor,
pleno de vida, de força, de amor....
Nesta
paragem, sentada a ver o mar, há uma paz dentro de mim, contrastante com o
fluir constante dos automóveis, a uma velocidade estonteante....
E penso
"quantas vezes andamos com esta rapidez? Quantas vezes paramos para
usufruir? Para sentir, para viver??".....
É
suposto corrermos em direção a não sei onde, produzir não o quê e chegar onde
não existe fim..... Será mesmo o pedido? É o que a Alma precisa? A minha não.
Claramente!!!
Aprecio
a profundidade da vida, do viver, saindo de mim mesma, como quem aprecia da
janela o que se passa ao redor, feito gato curioso do que existe para além do parapeito em que se encontra.
Apraz-me
sentir que o meu viver, não é ser escrava de rituais banais, sem qualquer
alegria intima e genuína, mas sim momentos intensos de pausas no continuum do
tempo, em que permaneço na multiplicidade de quem sou e me expando como os
círculos desenhados no lago da existência, como quando uma pedra lapidada é
atirada a esse água e mesmo assim, do simples acto advêm beleza.... A
estética perfeita que todo o ser, com ela nasce.
Sentir,
é mesmo assim!!
Viver!!!