sábado, 21 de novembro de 2015

Viver





Nas carícias do sol sinto o momento e perco-me nesse sentir. Consigo perceber as flores que abrem as sua pétalas para receber os mesmos raios, que tão bem me fazem sentir, ou a cobra que sai do seu esconderijo para receber este calor, pleno de vida, de força, de amor.... 

Nesta paragem, sentada a ver o mar, há uma paz dentro de mim, contrastante com o fluir constante dos automóveis, a uma velocidade estonteante.... 
E penso "quantas vezes andamos com esta rapidez? Quantas vezes paramos para usufruir? Para sentir, para viver??".....
É suposto corrermos em direção a não sei onde, produzir não o quê e chegar onde não existe fim..... Será mesmo o pedido? É o que a Alma precisa? A minha não. Claramente!!!

Aprecio a profundidade da vida, do viver, saindo de mim mesma, como quem aprecia da janela o que se passa ao redor, feito gato curioso do que existe para além do parapeito em que se encontra.
Apraz-me sentir que o meu viver, não é ser escrava de rituais banais, sem qualquer alegria intima e genuína, mas sim momentos intensos de pausas no continuum do tempo, em que permaneço na multiplicidade de quem sou e me expando como os círculos desenhados no lago da existência, como quando uma pedra lapidada é atirada a esse água e mesmo assim, do simples acto advêm beleza.... A estética perfeita que todo o ser, com ela nasce. 

Sentir, é mesmo assim!!

Viver!!!

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